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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Retomando o Blog - Ano de 2011 - Projetos Futuros e Ponto de Situação

Fala pessoal tudo bem?

Feliz 2012 para vocês!

Bom esse blog ficou desativado por um tempinho não é mesmo? 2011 foi um ano bem tenso e confesso que passei por um processo de D.P.B (Depressão Pós Bienal) onde foquei apenas na escrita e dei uma acalmada na divulgação do livro. Isso também aconteceu por causa dos projetos futuros que falarei um pouco para vocês.




2011 foi um ano onde consegui consolidar meu nome como escritor e tive um número de vendas satisfatórios esgotando duas edições. Para um autor nacional e iniciante vender 2 edições é algo muito bom e que deve ser comemorado, porém, em conversa com a editora, fui informado que para uma nova edição e publicação do livro 2 precisava arrumar algumas arestas referentes ao livro 1. Detalhes na escrita e em algumas cenas e isso eu pude comprovar em algumas resenhas.
Foi quando me encontrei em um dilema. Ou eu continuava escrevendo ou eu aprimorava minhas técnicas. Foi quando conheci o James McSill, que é o tutor e agente literário com maior número de autores em todo o mundo. Com ele, aprendi as técnicas e melhorei muito a minha escrita, muito mesmo e percebi onde precisava melhorar.
Algo que sempre disse nesse tempo todo é que o autor deve buscar melhorar e aprimorar suas técnicas e depois que a editora pediu melhorias na nova edição do livro 1 resolvi aplicá-las nele e consegui terminar essa semana!
A boa notícia é que o livro 2 também está escrito, agora só preciso revisá-lo. Para quem me pergunta o livro 2 deve sair esse ano, tudo indica que sim. Até Março ele deve estar pronto só esperando o sinal verde da editora.
Outra informação é que para quem já leu o livro 1 não se preocupar. Essa edição nova que fiz está com a MESMA história. Não há nenhuma alteração nas ocorrências entre as versões, apenas na maneira como elas são contadas, por isso podem ficar tranqüilos, porém, se alguém mesmo assim ainda quiser essa nova versão prepararei algo bacana...
Em um ano em que preferi dar um passo para trás e me especializar, a literatura nacional bombou e trouxe ótimos nomes e consolidou outros. André Vianco na Rocco, Spohr com livro novo foram exemplos de nomes já consolidados que começam a se tornar referências do nosso mercado. A Bienal do RJ mostrou como o público começa a ter carinho e ver os livros como algo legal e o aquecimento da economia também ajudou para isso.
O que nos espera em 2012? Alguém tem algum palpite?
Para mostrar a vocês o meu desenvolvimento na escrita e como a história do livro 1 é a mesma coloco agora o Capítulo 1 da nova versão para vocês acompanharem.

E acompanhem pois toda semana postarei novidades no blog!!!
Não percam...

Obrigado a Todos pelo apoio e por me permitirem chegar até aqui! A quem esperou, não precisam se preocupar. 2012 promete!


PS: Não reparem na letra e na formatação. Aqui na postagem tudo foi perdido.


Capítulo 1: A Morte Não é o Fim


Saudade.

Essa era a palavra que definia Dimítris Saloustros naquela tarde calma e pacata em Monastiraki, coração de Atenas. Quando o relógio de parede apontou cinco horas, o rapaz partiu sem se importar com o que havia restado de trabalho a fazer e antes de chegar ao seu destino passou por uma floricultura e levou consigo um simples botão de rosa embrulhado em um papel de seda tão simples quanto. Aquele sentimento se repetia todos os dias naquele horário e assim que seu carro estacionou na garagem de casa a porta de madeira se abriu e a razão para toda aquela atitude apareceu. sua esposa Mariah.

— Oi! — Um demorado beijo veio logo a seguir a fim de acalmar os corações apaixonados que se viam após um dia longo de separação.

— Trouxe isso para você. — O botão de rosa, a flor favorita de Mariah.

— Oh! Não acredito que você lembrou! Que lindo! E minhas amigas ainda dizem que depois do primeiro ano de casamento os homens mudam. Isso porque elas não conheceram alguém como você. — Mais beijos, mais sorrisos, mais um momento inesquecível.

— Jamais me esqueceria do aniversário do dia em que te conheci. O dia mais feliz da minha vida.

O casal entrou e sentou-se em sua sala de estar. Conforme à tradição não ligavam a televisão até saberem todas as notícias um do outro. A televisão ficava afastada justamente para esse propósito, ficando próxima aos belos quadros e enfeites de turistas que visitavam a capital grega. Era a melhor maneira de manter o diálogo e de estarem sempre cientes dos acontecimentos um do outro.

— Como foi seu dia Dímis? — Dímis, um apelido desde os tempos de namoro. A maneira exclusiva de ser chamado que só Mariah possuía.

— Foi o mesmo de sempre. trabalho, almoço, trabalho. Você sabe que não vejo a hora de sair daquele lugar. Em breve teremos dinheiro o suficiente para sairmos daqui e vivermos em Mykonos.

— Eu sei que vamos conseguir. Vou arrumar um emprego de novo e vamos realizar esse sonho juntos.

— Sabe que não precisava ter desistido do seu emprego por minha causa não sabe?

— Claro que precisava Dímis! Você ficou muito triste e sozinho depois que ele morreu, se eu não tivesse saído da floricultura não sei se teria suportado. Ele era tudo para você — A morte do pai Parnasos ainda atingia seu coração e esse era o único assunto que fazia Dimítris mudar o semblante para olhos caídos, mãos sob o queixo e corpo inclinado.

— Eu sei. Obrigado. Não sei o que seria de mim sem você.

— Meu amor, não fique assim. — Um abraço confortável, beijos no rosto e cafuné em seus cabelos. Tudo o que Dimítris precisava. Ao ter seus cabelos bagunçados sorriu e se orgulhou, pois tal região era a parte do corpo que mais gostava, pois o assemelhava aos cabelos do herói Aquiles. compridos, loiros e um pouco acima dos ombros.

Nas horas seguintes, Dimítris contou detalhes do plano de mudança para Mykonos. Mariah acrescentava mais idéias e eles as anotavam para não esquecerem, uma tradição que decidiram no começo do casamento, há menos de dois anos.

A noite havia sido agradável e o casal deitou-se mais tarde que o acostumado, entretanto Dimítris não conseguiu dormir, pois teve inúmeros pesadelos sendo alguns deles repetitivos. Sentou-se na cama, enxugou o suor de seu rosto com as mãos e tentou recordar-se dos pesadelos, porém a única recordação que conseguiu capturar foi a de um ser encapuzado acenando em sua direção. Algo sem nenhuma explicação

Já com o sono perdido, Dimítris levantou-se, pois estava com sede. No caminho, percebeu que seu rosto voltava a suar e isso fez com que seus óculos embaçassem. Aproveitou a parada para lavá-los e jogou um pouco de água no rosto e ali confirmou que não se sentia bem. O que estava acontecendo consigo? Estaria doente? Não era o que parecia. Por um momento o rapaz pensou em procurar por Mariah, mas era inútil, afinal não passava de um mal estar... Ali deitada de maneira tão inocente ele percebeu o quão era importante em sua vida e como a amava. Naquele momento agradeceu por tê-la ao lado e por ser tão importante em sua vida.

Levado por tal pensamento Dimítris manteve-se acordado por algumas horas e só conseguiu dormir com ajuda de seus cd’s de rock, estilo favorito do rapaz. O pensamento em Mariah o ajudou a se esquecer do que sentia, mas algo definitivamente não estava certo...






— Já se levantou querido? Está atrasado não está? — Dimítris não estava animado e a maneira como se sentou à mesa para tomar café naquela manhã ensolarada denunciava aquilo. Nada como uma péssima noite de sono e preocupações excessivas.

Mariah começava a falar com ele e Dimítris correspondia com respostas monossilábicas com o intuito de não haver continuidade no assunto.

Refeição feita, Dimítris levantou-se e saiu simulando atraso assim não precisaria se despedir de sua esposa e nem deixar com que percebesse sua estranheza o que teria funcionado com qualquer colega de trabalho, mas não com aquela que lhe conhecia como um livro aberto.

— Dímis, aconteceu alguma coisa? — A voz de Mariah mostrava preocupação. A sua esposa naquele estado o trouxe de volta à realidade.

— Me desculpe querida, foi apenas uma noite de sono ruim. — Dimítris tentou esboçar um sorriso. O beijo dele não havia correspondido às suas palavras. No momento em que Mariah tocou seu ombro ele já imaginava que não estava convencendo ninguém.

— Dimítris o que você tem?

Seu nome por completo. Mau sinal.

— Apenas pensamentos — Dimítris tentava fugir do assunto principal com respostas evasivas, mas sua esposa dava ares de persistência.

— O que você está pensando, então?

— Quer mesmo saber?

— Claro que quero, ou não sou mais sua esposa e melhor amiga?

Dimítris tentou uma última cartada.

— Não estou me sentindo bem. Dormi mal e com algumas dores. É isso.

— Então fique em casa e descanse. Se não melhorar te levo no hospital.

— Não posso. Não se lembra? Tenho o relatório que preciso entregar de qualquer jeito. — O veredicto da mentira. Dimítris jamais faria tanto esforço para ir ao trabalho sendo que estava doente.

— Você vai mesmo mentir para mim Dimítris? Depois de ontem você me vem com essa mentira? — Não havia outra saída. O rapaz olhou nos fundos dos olhos de Mariah e parecia soltar algo que estava preso dentro do seu coração.

— Se eu te fizer uma pergunta, promete que me responderá com toda sinceridade? — Agora não havia mais tempo para voltar atrás. A dor que lhe acompanhava desde a noite anterior estava para sair.

— Você sabe que pode me perguntar o que quiser querido. — Seu olhar preocupado a denunciava. Era o mesmo olhar que acompanhou Dimítris quando seu pai faleceu.

— Olhe, eu sei que isso pode soar egoísta e no fundo eu acho que estou sendo mesmo, mas se não for sincero com você com quem eu serei? Você sabe o quanto te amo e o quanto dependo de você para existir. O meu maior medo é não poder estar ao seu lado. Por isso te pergunto: se eu morrer primeiro você promete que não se esquecerá de mim? — A pergunta pareceu pegar Mariah desprevenida já que lágrimas se formaram em seus olhos.

— Que pergunta inconveniente Dimítris! Já conversamos sobre isso tantas vezes. Acha que meu amor por você é tão fraco a ponto de me esquecer de você? Você sabe que se eu morresse antes de você faria o impossível para voltar para ti!

— Você voltaria por mim?

— E você ainda duvida? Espero que faça o mesmo ou vai se engraçar com outra no além?

— Você sabe que isso jamais aconteceria. Já conversamos sobre isso várias vezes também. — Dimítris e Mariah adoravam discutir sobre a vida após a morte e ambos formulavam diversas teorias sobre o que poderiam encontrar após o término de suas existências. Esse costume vinha de Dimítris, que desde pequeno filosofava com o pai sobre assunto.

O calor daquela dor pareceu descer como os quentes pores-do-sol das praias de Mykonos. O alívio da situação o fez rir e abraçar a esposa cujo calor e carinho faziam o seu coração disparar. E o que dizer do perfume que usava? Além do favorito de Dimítris era a melhor combinação para aqueles cabelos castanhos compridos que soltos formavam belos cachos sobre os ombros. Ela era seu alimento, sua luz.

Ele queria ficar ali e aproveitar aquela manhã ao lado dela, mas infelizmente isso não seria possível, afinal, ele precisava do emprego para sustentar seu dia a dia e o seu desejo de partir para Mykonos. Com profundo remorso do que estava para fazer despediu-se com um prolongado beijo e partiu.

Dimítris partiu para sua caminhada matinal sendo acompanhado pelo sol e por poucas nuvens que pairavam no céu. A visão da Grécia e suas montanhas deixavam o bairro de Monastiraki ainda mais bonito, porém seu destino era a região das Acrópoles de Atenas. O local era muito visitado por turistas e pelos próprios gregos por causa de sua história e beleza, mas de manhãzinha era um lugar pacato e ideal para se praticar uma boa caminhada ou corrida.

Após a caminhada Dimítris se preparava para mais um dia de trabalho, mas foi apenas girar a chave no contato ligando o carro que algo inusitado aconteceu... Um cansaço o dominava, porém diferentemente da noite anterior. Seu cansaço, mesmo igual ao de um maratonista, não o impediu de partir. Alguns metros de percurso fizeram Dimítris perceber que a dor que estava sentindo era muito maior do que havia imaginado.

Um pressentimento ruim lhe assombrou e curiosamente o fez sorrir... Seu coração palpitava com velocidade e o ar começou a faltar-lhe nos pulmões. Tentou por algumas vezes recuperá-lo, porém as tentativas não tiveram sucesso e isso o deixou com medo.

Era estranho, mas sempre diziam que as pessoas descobriam o momento de suas mortes e por mais sem explicação que isso parecesse, Dimítris sentia que o seu momento havia chegado. Seus braços e pernas estavam dormentes e a visão embaçou... Naquele momento, ele pensou em pedir por socorro, mas desistiu da idéia e se consolou com o triste fim que lhe esperava fechando os olhos em busca de tranqüilidade. Segundos depois sentiu os batimentos do coração diminuindo de intensidade.

Quando abriu os olhos pela última vez em vida, viu um ser de capuz branco acenando e tal gesto foi a confirmação de que o fim estava próximo. Segundos depois o carro se descontrolou, cruzou a pista contrária e chocou-se com extrema força contra uma árvore que estava do outro lado.
Os últimos segundos de sua vida passaram em câmera lenta. Palavras vinham em sua mente anunciando o inevitável.

Dor

Alucinação

Conformismo

Escuridão

Morte?

Fim...



6 comentários:

  1. Olá Leandro!
    Hoje tenho muito orgulho de dizer que você foi um dos primeiros autores parceiros do meu blog, gostei muito de "O vale dos anjos".
    E achei super interessante você buscar especialização na sua área, estou ansiosa para reler o 1º capítulo do livro.

    Ah! E eu não esqueci, a Fernanda não cooperou mas esse ano a coordenação do Camargo Aranha muda, vou lá conversar com eles novamente!

    Quero muito ler a continuação do livro!!

    Beijos,

    Gabi
    Mundo Platônico - http://gabiiem.blogspot.com/
    gabriela.morgante@hotmail.com - @Gaabis_am

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  2. Fã Que é Fã, vai querer essa versão também! Aguardando a nova versão, e aguardando loucamente o livro dois...

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  3. Clap clap clap! Feliz demais com seu sucesso e com a escrita que ta cada vez melhor! Sucesso sempre Schu! To sempre na torcida por vc! Super Beijo!!!

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  4. Fala, Schulai!
    Cara, posso dizer uma coisa? Em especial sobre o "dar um passo atrás", eu não concordo contigo. Na verdade, acho que você fez o certo: parou, repensou suas metas e objetivos e trabalhou por isso. Então, acho que você está errado, você não deu um passo atrás, mas uns dez passos à frente.
    Meus parabéns, e continue nesse ritmo, pois é isso que, dentro em breve, o fará se tornar um nome de destaque na nossa literatura nacional.

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  5. Também concordo com o Bruno, vc deu muitos passos adiante com esta escolha. Estarei aguardando ansiosamente pelo livro 2. :D
    Não vou ficar pra trá tb. Este ano eu também termino o meu livro. hehe

    Boa sorte e sucesso.

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  6. ops!!! "dei mancada" . Foi mal...
    fico aguardando a continuação da história.
    abs

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